A JUSTIÇA ESTÁ SENDO FEITA, MOZANIEL É O CARA EM GUAMARÉ
A juíza Andrea Cabral Antas Câmara, da Comarca de Macau, concedeu
antecipação de tutela com efeito suspensivo para suspender de forma
imediata os efeitos do Decreto n° 037/2010, expedido pela Câmara
Municipal de Guamaré.
A decisão restitui os direitos políticos do
ex-prefeito de Guamaré, Mozaniel de Melo Rodrigues, que estavam
suspensos por força do decreto legislativo. A decisão de 2010 do
Legislativo de Guamaré tornava Mozanael inelegível, por oito anos. Além
da inelegibilidade, o ex-prefeito estava impedido de contratar ou se
vincular a ente público. Mozaniel ficou no cargo de prefeito por quatro
meses, entre 1º de janeiro a 23 de abril de 2009. Teve o mandato cassado
pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Para seis dos sete membros da Corte, a decretação de insanabilidade
das contas de João Pedro Filho e o consequente indeferimento do registro
de sua candidatura contaminou Mozaniel.
A justificativa está no
entendimento que os membros da Corte fizeram da Lei Eleitoral, em que as
chapas são unas e indivisíveis. João Pedro era vice-prefeito de
Mozaniel.
Com essa cassação, segundo explicou o advogado do ex-prefeito, Felipe
Cortez, a Câmara Municipal de Guamaré resolveu levar a julgamento, em
2010, as contas referentes aos quatro meses da gestão de Mozaniel, sem
qualquer parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado. Na época, por
cinco votos a quatro, a Câmara não só reprovou as contas, no dia 22 de
março de 2010, como aprovou a decretação de inelegibilidade.
“Pelo artigo 31 da Constituição Federal, cabe ao TCE dar parecer e
fazer o julgamento. A Câmara pode julgar depois, dizendo se o TCE
acertou ou errou. Esse trâmite não foi obedecido”, argumentou Felipe
Cortez. Com a publicação do decreto da inelegibilidade, o ex-prefeito
levou o caso à Justiça, ingressando com Ação Ordinária contra a Câmara
Municipal.
“Ao analisar a ação”, explicou o advogado Felipe Cortez, “a juíza
considerou que houve uma iniciativa dolosa, que fere a Constituição
Federal”. O advogado completou dizendo que “a manobra política,
absurdamente ilegal, dos vereadores teve uma única intenção, a de
prejudicar Mozaniel, arrumando argumento para retirar sua
elegibilidade”. O Poder Legislativo pode recorrer da decisão.
*Jornal Tribuna do Norte
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