ESCRITO POR GUSTAVO CABRAL
|
30 de Setembro de 2012 08:20
|
Quando menino, eu corria léguas me escondendo se avistasse um padre. E, para minha infelicidade, eu morava na Rua São José, próximo da Igreja Matriz, mais ou menos em frente onde hoje é o Lions Club, na época, uma quadra esportiva que chamávamos de “Basquete”.
Digo infelicidade porque botando o pé fora de casa corria grande risco de avistar o Padre e, estando muito perto, não conseguia me livrar de lhe pedir a “Bença”. Isso mesmo, no meu tempo todo mundo quando se encontrava com o padre tinha que lhe pedir a bença. Hoje não existe mais isso, aliás, hoje nem sequer reconhecemos um padre.
Naquele tempo os padres usavam batina, eram obrigados a raspar a tonsura (coroa), inconfundíveis características visuais dos clérigos.
Pois bem, lembrei tudo isso porque hoje, 30 de setembro de 2012, faz 21 anos que Pe. Zé Luiz partiu. Dele e de Mons. Honório, fugi várias vezes, por timidez, para não lhes pedir a bendita bença. Cresci, Pe. Zé Luiz deixou a batina e não raspou mais a tonsura, tornei-me fã da sua inteligência; do teólogo; do escritor; do jornalista; do publicitário; da maneira livre com que encarava a vida; do chefe de família como pai e marido; da sua lealdade aos velhos e novos amigos; e, principalmente, do seu amor a Deus.
Pe. Zé Luiz, você faz muita falta por essas bandas, se algum dia eu lhe avistar novamente, não fugirei, correrei para lhe abraçar e lhe pedir a “Bença”.
Aqui coloco um dos seus repentes escrito em 1980:
DEFINIÇÕES DO CANALHA
(Escrito por Pe. José Luiz da Silva em 1980)
O canalha é aquele que não concorda com você, mas diz que você está certo.
O canalha é aquele que aprova sem aprovar, que aplaude sem aplaudir, que sofre sem sofrer, que manda cartões de pêsames sentindo parabéns.
Os amigos do canalha duram o tempo da função que eles exercem.
O canalha pode ser tratado permanentemente por excelência, mas jamais será excelente.
Onde reside o canalha? Em todo o lugar, todas as situações, menos nele mesmo.
O canalha é um sertanejo às avessas. Ele é antes de tudo um fraco.
O canalha engorda com a inflação.
Quem diz que o canalha dorme? Ele é um eterno vigilante. Por isso, com ele os bons não conseguem sobreviver.
Quando Jesus Cristo disse que os filhos das TREVAS são mais espertos do que os filhos da LUZ, ele via diante de si a multidão de canalhas querendo usufruir o poder. Lá na Palestina...
Quando um canalha mora num palácio, ele se diz pragmático.
O canalha jamais aceitará um concorrente. Ele vive de jogadas. Aliás, para ele a vida é simplesmente um jogo.
O carro preto à mão de um canalha será o carro fúnebre do povo.
As artimanhas do canalha, muitas vezes o transformam em amado. Aí reside o grande perigo. Mussolini foi amado por algum tempo. Hitler também.
Um país está em decadência, quando não consegue distinguir quem não é canalha.
Não se preocupe com o que estou escrevendo.
O CANALHA JAMAIS SOFRE.
Digo infelicidade porque botando o pé fora de casa corria grande risco de avistar o Padre e, estando muito perto, não conseguia me livrar de lhe pedir a “Bença”. Isso mesmo, no meu tempo todo mundo quando se encontrava com o padre tinha que lhe pedir a bença. Hoje não existe mais isso, aliás, hoje nem sequer reconhecemos um padre.
Naquele tempo os padres usavam batina, eram obrigados a raspar a tonsura (coroa), inconfundíveis características visuais dos clérigos.
Pois bem, lembrei tudo isso porque hoje, 30 de setembro de 2012, faz 21 anos que Pe. Zé Luiz partiu. Dele e de Mons. Honório, fugi várias vezes, por timidez, para não lhes pedir a bendita bença. Cresci, Pe. Zé Luiz deixou a batina e não raspou mais a tonsura, tornei-me fã da sua inteligência; do teólogo; do escritor; do jornalista; do publicitário; da maneira livre com que encarava a vida; do chefe de família como pai e marido; da sua lealdade aos velhos e novos amigos; e, principalmente, do seu amor a Deus.
Pe. Zé Luiz, você faz muita falta por essas bandas, se algum dia eu lhe avistar novamente, não fugirei, correrei para lhe abraçar e lhe pedir a “Bença”.
Aqui coloco um dos seus repentes escrito em 1980:
DEFINIÇÕES DO CANALHA
(Escrito por Pe. José Luiz da Silva em 1980)
O canalha é aquele que não concorda com você, mas diz que você está certo.
O canalha é aquele que aprova sem aprovar, que aplaude sem aplaudir, que sofre sem sofrer, que manda cartões de pêsames sentindo parabéns.
Os amigos do canalha duram o tempo da função que eles exercem.
O canalha pode ser tratado permanentemente por excelência, mas jamais será excelente.
Onde reside o canalha? Em todo o lugar, todas as situações, menos nele mesmo.
O canalha é um sertanejo às avessas. Ele é antes de tudo um fraco.
O canalha engorda com a inflação.
Quem diz que o canalha dorme? Ele é um eterno vigilante. Por isso, com ele os bons não conseguem sobreviver.
Quando Jesus Cristo disse que os filhos das TREVAS são mais espertos do que os filhos da LUZ, ele via diante de si a multidão de canalhas querendo usufruir o poder. Lá na Palestina...
Quando um canalha mora num palácio, ele se diz pragmático.
O canalha jamais aceitará um concorrente. Ele vive de jogadas. Aliás, para ele a vida é simplesmente um jogo.
O carro preto à mão de um canalha será o carro fúnebre do povo.
As artimanhas do canalha, muitas vezes o transformam em amado. Aí reside o grande perigo. Mussolini foi amado por algum tempo. Hitler também.
Um país está em decadência, quando não consegue distinguir quem não é canalha.
Não se preocupe com o que estou escrevendo.
O CANALHA JAMAIS SOFRE.
0 Comentário:
Postar um comentário
<< Home