27 novembro 2007

DEU NA COLUNA DE CÉSAR SANTOS NO JORNAL DEFATO

Cézar, Ana e Expedito

Em 2004, a promotora Ana Ximenes pediu à Justiça a interdição do Estádio Professor Manoel Leonardo Nogueira. O juiz, hoje desembargador, Expedito Ferreira de Souza deferiu o pedido. Interdição anunciada, Mossoró quase veio a baixo.
Momento considerado inoportuno para os desportistas, em particular para o torcedor do Potiguar, que estava prestes a comemorar o primeiro título estadual depois de 30 anos do clube na primeira divisão do futebol norte-rio-grandense.
A reação da massa veio de imediato, e de forma mais covarde possível, na medida em que escolheu um jornalista para judas, diante do medo de contestar o Ministério Público e a Justiça. Cézar Alves, companheiro de Redação, foi escolhido pelo simples fato de a promotora Ana Ximenes ter usado as fotos para mostrar à Justiça que o Nogueirão não tinha condições de receber o público previsto para a final entre Potiguar e América, em torno de 16 mil torcedores. Pois bem.
O Nogueirão acabou sendo liberado para jogo, três dias depois, mas com a carga de ingresso limitada. Em seguida, a Prefeitura de Mossoró iniciou um projeto ousado de recuperação da praça esportiva, interditando as áreas mais críticas e investindo na modernização.
Já foram aplicados mais de R$ 3 milhões e o Nogueirão devolvido com segurança para o torcedor. A ação preventiva aqui deveria ter servido de exemplo para outros Estados. Quem sabe, não evitaria a tragédia de domingo passado no Estádio da Fonte Nova, em Salvador (BA), quando parte das arquibancadas caiu, matando seis pessoas e ferindo outras cem.
Há dois anos, a promotora Joseane Suzart ingressou com uma ação civil contra o Esporte Clube Bahia e a Superintendência de Desportos da Bahia (SUDESB), requerendo a cassação do alvará de funcionamento da Fonte Nova.
Alegou as precárias condições do estádio, inclusive, com laudo técnico. Não foi levada em consideração. A ação sequer chegou a ser apreciada. Prevaleceu o lado passional comum ao futebol, a vontade do torcedor falou mais alto, as autoridades não tiveram responsabilidade. Quem sabe se a Bahia contasse com Cézar Alves, Ana Ximenes e Expedito Ferreira não teria sido diferente.

0 Comentário:

Postar um comentário

<< Home