22 junho 2009

CONTINUA A INDIGNAÇÃO...

Convocação a todos os Jornalistas deste País!

Se a União faz a força, vamos nos unir!

Os Comunicadores deste País agradecem a coerência do único homem correto e sensível que votou a favor da continuação do diploma de jornalista, o senhor Marco Aurélio Mello, no último dia 17 de junho.

A classe jornalística, em sua maioria, ficou indignada com a notícia. A reação já começou e convocamos todos os amigos de profissão para que façam uma corrente na Internet e esta corrente consiga chegar aos juristas que decidiram o nosso futuro, sem nos consultar.
Sem nos perguntar quanto investimos em tempo, valores, dignidade, vontade para acreditar que podemos ser comparados a qualquer profissional. Afinal se os cozinheiros podem escrever sobre cozinha, por que nós jornalistas não podemos sair por aí medicando, arrancando dentes e até decidindo leis no lugar dos juristas? Enfim, muitos de nós além de jornalistas somos também advogados, economistas, homens e mulheres de Marketing. Podemos fazer tudo então?

Profissionais de Comunicação e respeito deste País, nada contra cozinheiros (competentíssimos por sinal!), estão com salários maiores que os nossos, sabiam? Jogadores de futebol (sem desmerecer esses atletas!), ganham mais que nós e ainda nas rádios e TVs desse país podem ser comentaristas e jornalistas, tirando nossas vagas. Já nos apercebemos disso, não? E cometem erros gravíssimos de português, via satélite! Que País é este?

Vamos nos unir e argumentar com os outros sete juristas que votaram pelo fim do diploma de jornalismo – senhores Gilmar Mendes, Carmen Lucia, Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso Melloque - que estão equivocados ou estão votando para se beneficiarem de algo que a nós não foi revelado.

Caro senhor Gilmar Mendes e equipe! Os senhores basearam-se na Constituição de 1988 para votar contra a obrigatoriedade de diploma. Em que ano estamos? Os senhores acreditam que o futuro de tantos profissionais pode ser baseado em uma lei de 88? Acho que os senhores estão muito mal informados e completamente desatualizados. E o que tem a ver o diploma com “liberdade de expressão” e “ranço de ditadura militar”? Se os senhores que votaram contra não sabem a diferença, precisam de um diploma de Comunicação Social e viver o dia a dia da Comunicação e das redações de todas as mídias deste País, de Norte a Sul, para saber a diferença!

Senhores juristas, quando um médico não faz uma cirurgia correta o paciente morre ou fica com sequelas. Só que existem várias pessoas com sequelas e muitos médicos ainda não tiveram seu exercício de profissão cassados. Onde está a jurisdição e a rigorosidade nestes casos “técnicos”?

Então por que nós temos que dividir o nosso mercado de trabalho com pessoas que se acham capacitadas a escrever, exercer o “intelecto” e dizer o que lhes vêm na telha? Ah, esquecemos talvez de uma pequeno detalhe: hoje as mídias colocam que não se responsabilizam pela opinião de seus colaboradores. Responsabilidade zero! Não tem que ter técnica para escrever e nem para dizer o que bem se quer em favor de quem se queira? A informação é algo responsável, senhores juristas, e alguém precisa se responsabilizar!

Queremos dizer aos senhores que foram enganados com argumentos “bem convincentes” e corporativos ou quem sabe políticos? As empresas de Comunicação deste país querem o fim do diploma para não pagar horas extras, nem ter um profissional cumprindo jornada, com horário específico e seus direitos trabalhistas assegurados. E o primeiro poder quer o quarto enfraquecido para que denúncias não sejam mais mostradas nem cobradas em qualquer mídia que não se venda!

Hoje muitos de nós não temos contratos e ainda se possível trabalhamos em nossas residências, gastando o nosso telefone, luz, e misturando nossa vida profissional com a pessoal. Os senhores sabem as conseqüências disto? E quantos de nós investigamos denúncias, falcatruas, roubos e somos acusados de que nossas manchetes e matérias morrem na praia porque nada acontece? E não acontece mesmo, somos impedidos por nossa técnica de escrever e convencer, porque a verdade não interessa a empresas que beneficiam políticos. Então é melhor contratar um sem especificação técnica, porque ele faz o jogo do pagante ou dos "licitantes".

Se este estado de coisas continuar, vai ficar fora do controle, de juristas e de pessoas de bom senso. A população não vai saber a verdade por meio de profissionais gabaritados, responsáveis e que sabem o dever da profissão: falar a verdade, escrever a verdade, doa a quem doer.

Então por que não fizeram uma pesquisa de quantos jornalistas hoje estão marginalizados no mercado? É mais fácil acabar com o diploma porque assim as faculdades fecham e cada um procura outra profissão porque ninguém mais vai querer ter esta profissão. Resolvido o problema, mais cômodo. E se lá fora ninguém mais tem diploma, por que grandes empresas de Comunicação estão se juntando e fechando suas portas? Precisamos copiar os erros dos outros? Pensem senhores juristas, não sejam imediatistas! E o que os senhores têm a dizer aos jovens que estão cursando neste exato momento uma faculdade de Jornalismo? Que ele vai investir quatro anos de sua vida acadêmica para não ter sua profissão validada ou disputar seu estágio de direito pelo "quem indica"?

Acho que está na hora de voltarmos aos tempos antigos, ao saudosismo, quando todos os profissionais deste país tinham carteira assinada, direitos trabalhistas respeitados. E isso não é só com a classe jornalística. Estamos sendo marginalizados e eu acredito que o futuro dirá que os sete senhores que votaram pelo fim do diploma, vão arcar com suas decisões inconsequentes.

Este é apenas um texto protesto. Talvez o “Quarto Poder” esteja realmente enfraquecido, sem forças para lutar contra os desmandos desta República. Profissionais deste Brasil, os mesmos juristas que nos tiraram o diploma absolvem ou arquivam processos de verdadeiros lacaios. Vamos defender até a morte o nosso diploma. Mas não o canudo em si, porque existem profissionais que se formaram nas redações e não conseguiram o seu "papel" mas que exercem a profissão com competência. Mas a todos que hoje precisam de condições financeiras para ter a sua graduação e pós graduação e salários dignos! Vamos defender a nossa honra, a nossa ética e reconquistar o respeito que nos foi tirado. Não podemos nos acovardar!

A maioria de nós pagou seus estudos, passou dificuldades, deixou suas famílias para cumprir jornadas duplas, triplas, viu seus direitos trabalhistas perdidos, foram perseguidos, substituídos, não defendidos e hoje estão completamente indignados com essa decisão arbitrária.

Autora: Ana Purchio, jornalista formada em 1989, pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado, em São Paulo, MTB. 19.353. Mulher de respeito, cidadã, não ganhou nada de graça, nem cota em universidade, foi à luta e hoje se sente indignada que sua formação intelectual e profissional tenha ficado na mão de sete pessoas despreparadas e sem visão de Comunicação.
Ana Purchio
3955-0306

1 Comentário:

At 20/9/10 19:57, Anonymous Anônimo said...

venho lhe dizer por estas, e mas colaborar com tamanha e importante indignação agora ninguem precisa de diploma de jornalista amanhã serão os próprios advogados então assim por diante já-já os medico então sim, o fim ;a patifaria de um pais que deveria sim aumentar o ordenado de quem realmente trabalha pelo povo e para democracia já não tão certa neste pais.

 

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